segunda-feira

ao sol

A vida é um Word que vai sempre alterando as configurações e quem não sabe mexer

Dana-se


Eu só queria chupar um sorvete de mangaba

Ou
                                   
      Você


       Na praia me deixou aflito
Com
              Aquele
                         Seu biquíni infernal

                 Que faço eu da vida?
Poderia passar ela todinha só observando seus gestos vis

não mangue

Não mangue de mim em horas incertas
O beijo aflito e o resto do queijo
Há horas tento entender e esqueço
 Ócio que destrói


Sinto-me omisso sinto teus ossos
Um som morno que sai da casa alheia
 Um abraço por trás e o que mais?

Gesto largo gosto amargo e os marimbondos que cuspo
De resto sós temores
Triangulações e futebol
É mais uma quarta feira abstrata

nomes

a minha vida já é
 eu nem sou por completo
acabei lendo um livro de auto ajuda que não me ajudou em nada
lembrei de maroca
endoideceu
com carinho e pudor
uma flor
escovo meus dentes ouvindo joão gilberto
bem que podia ser um filme do buñel
amanhã é de dia de feira
um peixe e um pastel
caldo de cana e passos lentos
por que é segunda feira
e vou como quem acaba de acordar

domingo

suspeito

com fé 
um café e papo furado

palavras o vento leva
não costumo caminhar

pego sol depois das quatro 
não amo a todos seres vivos incondicionalmente
mas um dia na vida por volta das três da manhã 
deixei  de mentir
e nem  era primeiro de abril

meu coração suspirou lentamente
 morri sozinho
não deixo viuvas nem filhos
mas memórias vastas de uma vida volúvel


quarta-feira

reza a lenda




Os olhos brilham
Com tremor remela e desejo
E eu?
Cuspo de lado estou atrasado
Pra onde mesmo que vou?

Surtiu efeito contrario toda feroz gratidão
O compasso elétrico
E o beijo estilo teleférico
Concateno as sórdidas mazelas
Por onde mesmo que ia?


Feito pluma  construo castelo onde  ninguém há de morar
Pedestre eqüino que sou me vou 

nem  lembro pra onde

voo Ali pra longe num ônibus espacial achar a masmorra perdida dentro do castelo de areia



A ode o ódio e o que me falta?
Saquei da carteira um santo preto que um dia me deu será que ajuda pra valer?


eu não

Alguém morreu ali
Vários

Eu desdenho

A vida se faz diariamente a noite também

A chuva não para as lagrimas não existem

Dentro anda tudo nublado
Sem risos ou comoções
Delírio psicótico caótico de mim
Menino mudo de 31 anos completos

Um passado recente me assola
Assombro

Há dor de existir e tentar
Eu coíbo todo escárnio

Exaurido por ser apenas mais um nesse mundo
obtuso
Bandeiras
caspa
Ano de decisões
Vou-me ou fico
Nasci pra ser não estar


centro de uns na mira de outras

uma cidade feroz


que constrói em mim a arte




que em cada parte é apenas um pedaço
e eu sem embaraço olho
pro cristo
lagoa 
cinelandia 
me acabo com um forte desejo de ir pra uma disneylandia  de bundas







por que é outono

nesse calor outonal 


                 suo


                        em alto e bom 
som

domingo

la mano de dios

Tudo poderia resumir-se  em tapas ácidos e arranhões
E uma saída de mestre estilo Maradona final de copa de mundo
E eu vivo de contar historias e nem recebo por isso

Sou bom no verbo e nos preceitos

Queria não estar totalmente faminto com uma fome que não sinto
Entende?
A água ta gelada e existe ainda uma certa amargura



Vou dar o pinote amaciar o papo com aquela menina
Só pra gastar minhas horas encardidas
Que de tão preciosas lava-se  com vigor e não sai o negrume
Chuto melhor com a direita
Só tenho uma boca e não sei piscar direito
Continuo  dando meu jeito



E sigo por ai por ruas tortas e ladeiras íngrimes com a  plácida certeza que vou por um caminho certo

sexta-feira

sigo-me

Ando por ai por onde andei uns dias
Lembro-me de coisas que nem sei
Meros causos apócrifos
Meros costumes da vida que passou
Por de baixo dos pés
Ruas que mudaram
Nomes que nem lembro
Cicatrizes meretrizes e assobios
Rio daquele dia quem nem lembro ao certo
Se eram dez ou só imaginação
Cada tijolo dentro de mim que fez bum
As perambulações e o espanto
Tenho fome e só
Há também meu riocard e a memória
E o que faço da minha vida se não recordar?

terça-feira

inexato

Extravaso minha extravagância
Já são tantas horas do dia seguinte
 Parolo sem parar
Engano só a mim e os outros fingem
Um calor dos diabos
Sem diabas sem quitutes sem noção
O relógio marca a hora exata de um tempo inútil
As dores do mundo fluem
 ...
Sou contínuo  de mim mesmo
 Lembro do Nelson Rodrigues e arroto
Meu pudor vou lavar e secar ao sol
Você virá comigo?
Eu entendo de futebol gosto de rock roll você vem sempre por aqui?
Já vou tarde
O tempo urge e você nem usa batom
Acordo cedo pra não fazer nada
E eu só queria
Passar o tempo
Pro tempo não me passar




os amigos dos amigos

SÉQUITO