terça-feira

pilantra pictórico

            Somente um pilantra pictórico
                                     
Como eu


                       Poderia fazer de você

                              
Doidamente
                
                                     
feliz


                                        Deixar seu coração
                                  
a mil                                             
                
                                                                                             e  coisa e tal
      
    

   
Porque toda existência é mero disfarce


somente pra  disparar o coração

                                 Em qualquer ocasião
                                  



Palpita
                                 
 disfarçado disparate
                                                                                       Singela comoção




Em momentos tolos, fúteis.


escuto um  zum, zum, zum.


                                                          É o vento 
                                      que carrega 
                  minhas 
   palavras

domingo

mudando o disco ou nem

Anos depois  descobri
Porque me deu um disco da Rita Lee
Coisas doidas que não ligamos na hora
E os anos passam e os pontos
Ligam-se
E eu só queria sorver-te inteira
E me dês-te um disco
Dizendo apenas
Que era minha cara
Era um stop pra minha tara
E eu ri no dia
Dez anos depois
Entendi


sábado

resta um

Fui manufaturado na década de 70
Criado na de 80
Na de 90 consumi ao acaso
Quase sumo
 homem que virou suco
Eclodi livremente

Perdi tempo e dentes
Nas covas e alcovas

Desencanto universal

Tornei-me

Amoroso quadrúpede

Eqüino fariseu


deixei pra trás toda mesquinharia

Aninhei-me nos anos 2000 
 pra adiante segui
Ademã
 Hoje aqui
Calmo e confuso
  mesmo obtuso

Sentir que é bom ser eu
Livre, Alivio, pós-dilúvio.

Desanuvio toda mágoa

Traz de volta toda carga que um dia esvaiu

Era sempre primavera ou fingimento

Hoje sorrio quando quero
Enrubesço ou destempero
Quero bem ou não quero

Torno do ponto que parti



 Sou mais eu
      (sem sacanagem...)

         


A malandragem que passou

 Criou asas e voou 
Deixo lembranças de um dia  
que ainda  criança 
me perdi
Nas esquinas deste mundo 
deixei de ser vagabundo

Salvo e são 
sem ilusão

Sorrio emancipado 
de tudo que um dia que foi nublado

 o sol estanca toda desarmonia

Salvo com simpatia


Agradeço toda picardia 


Sigo 
  
para o alto e avante





quinta-feira

deixa pra lá

Amanhã agente inventa

Qualquer coisa em estilo década de setenta
Pode ser com atenuantes tropicais
Estilo Carmem Miranda

Na quitanda ou super mercado

Um grito
Sem pudor ou melancolia
Libertário a valer

Coisa boa
Desculpe-me pessoa

Hoje ficarei aqui somente

Amuado remoendo meus restos pútridos

Amanhã mesmo que chova
Espero acordar com um sol total

Coisa boa


Sacumé?

Hoje aqui estou



Ou o que restou

Desses pensamentos imperfeitos
Coisas vãs
Mas amanhã quem sabe?

Não juro 
Coloco meu time em campo venço a batalha

Hoje estou gentinha gentalha

Amanhã abraço com força rio com força beijo com força
Hoje rateio

Espero semear com razoes ferinas
Me deixa

Sem papo
Fechado pra balanço
Balançando numa onda existencial

Amanhã volto ao normal

Sacana e sacripantas

Hoje choro não coro nem a você e a outras mocinhas desavisadas
Conhece-me  decerto?


Amanhã pego você no colo te deito no solo


O pecado virá de forma honesta

Hoje permaneço funesto
Deixa pra depois

O que nubla por agora no futuro pode ser solar
Solei feito bolo

Não é  bolo que te dou
Apenas aviso

Que ferino me encontro

Te juro que ligo

Correndo feito flecha tupi


por hora

 Me deixe aqui


Que amanhã sorrio novamente


juro





segunda-feira

molejo





Sabendo que só se vive uma vez




danço



Com natural imperfeição


  De forma descomunal

                      Danço



          Como se todo amanhã
                      Fosse finito


        De qualquer jeito



    danço



                   De olhos abertos
                         cerrados

            Rindo
                                                         descompassado 
                Pensando na nobreza de existir 


   De ser feliz no momento do movimento
        
Que no requebro o mundo se acabe


No riso doce da morena ao lado



  1. Que ri dos meus traquejos  traquinas
Penso nas dividas e dissabores




Mas danço



Pois se o mundo acabar repentinamente 


ontem dancei feliz




sábado

fomfom



Adágio 

Pedágio 

Não dirijo





Determino




piloto




E a vida está um marasmo só 

Comando toda a antipatia da sexta feira vespertina 

Agora sambo




Quitutes




Mate?




Não obrigado 

E me obrigo ao contrario 

Com os botões converso 

Na controvérsia ululante




Bibi fonfom




E porque só penso nos seus faróis? 

é rock n roll



Porque a vida é rock n roll
Puramente

Sem bossas e firúlas

vou

Manso e pleno

Queria
O acaso

Sem desdém ou simpatia

E me calo ao som potente de uma guitarra 

Num instante sólido tudo se torna vazio, arrepio 
é  somente roquenrou

os amigos dos amigos

SÉQUITO