sexta-feira

conciso

Sofro o risco de querer-me bem
Em frangalhos
Espero ansioso o que nem sei
Quero água e bolinho de chuva
Ao extremo doce
Quero que alguém me queira
Chamam-me por um nome russo
Bem que  poderia ser latino
Acho-me ainda menino
Dos trinta passei
E o que faço com as catarses das minhas características
Nobilíssimo ser onírico que sou
Despejo-me
Deságuo
Clamo a deus mesmo sem crê-lo

adiante

Caboclo ferino que sou
Regurgito todo deboche
Irrito-me e confundo
Inundo-me
  sem dramas
Escalpo
Descabelo-me
E a ti?
Sobram liras doentias
Resta mera harmonia
De um ser difuso
 mameluco sorumbático
Lanço-me num barato sem precauções
Penso com meus botões
E me desvio
Desaviso
Rodopio
Arrepio
E continuo descalço
Belo prazer e desacato
Desmedido
Ungido sem noções de alma
Sinto-me preso
Num dia sem noções
Drástico
Uma centopéia cafuza
Com chiliques e piripaques
Onde é tudo somente disfarce
Firo a carne
E dano-me

paixão

Como-te e comovo-te
Sem pressa ou desvario
Sem saber teu nome
Meramente assovio
Preces e acalantos
 marasmo pueril
Não es santa
E como-te
 nem ligo se o dia é santo
Nós não somos
Sem miséria e  barriga cheia
Nem vela nem igreja
Religião não se discute
Simpatia se detém
 construo um imenso bem querer
Espero que perdure e não se fie

fostes

Vejo você
Na fotografia
Continuas bela e inerte
Num momento gelado
Tudo parou no tempo
Eu nem lembro seu nome
Nem dito as regras
Tudo passou derrepente
Era uma musica mansa
Nem lembro se era
Primavera talvez
Linda de camisa listrada
Paramos no tempo
Mesmo tudo tão
Esparso
Continuas linda e imóvel
E é foda porque nem lembro seu nome

depois quem sabe

oh baby por que?
não faço a mínima
sem ideais e maus costumes
 só quero te comer
e quem sabe  o amor surja depois

bang bang

sigo sendo
quem?
arrumo a casa
lavo o quintal
assisto um bang bang
e não paro
reflito
hoje vou me demitir
e tudo que resta são cinco mangos
 preciso comprar um isqueiro

LIDA MUTANTE






Por que falta amor
E sobram excessos
Por que falta sol às vezes nem
Falta desbunde

Detenho toda minha simpatia as 10 pra quatro na padaria de Ipanema
Faltam dilemas e ligar pra minha vó
Falta cozinhar estou sentindo falta

Falta não mais faltar
Um vazio às vezes vem e não será preenchido
Sair de dentro do meu umbigo ligar e dizer que sinto saudades
Vendo saúde cobro afetos
Na mira resta o delírio e o delito
De calção na quarta feira me descalço e me preocupo
Meus caraminguás e minha mingua
Falta aquela amiga que há tempos não vejo e se não me ligar não ligo também
Falta você baby que ainda não esbarrei por alguma esquina desta cidade varonil
Falta abrigo
Amigos tenho  de sobra
Paciência aos bocados me falta

Uma passagem pra Trancoso lá pode até servir de passargada

Ouvir as musicas ainda não ouvidas
Botar sal na feridas

      Simplesmente à tardinha dizer amem
Mas hoje neste janeiro de pedrada caótica na mazurca machucada de mim mesmo
Restou-me banho de mar e mate com limão

labia lambuzada

Minha lábia lambuzada pra você não vale nada
 Meu despeito é mero ocaso
dispa-se dos pudores classe média
 Delírio completo
desbunde caótico

Você cavalgando alisando meu cóccix
 Minha cover girl Mulher nublada
Meus sais corporais são todos teus
 Meus eus são todos nus Perante deus treparemos infelizes, mas sorrindo.
Porque não temos a ninguém alem de nossos pêlos E apelos

Após o coito o silencio e a fumaça Delírios tremem de foda bem dada
Raiva abjeta de estarmos amorosamente sós e juntos
 Injustamente bem justinho

E teu cheiro me causará comoção
Meus dedos tesos Teu beijo aceso Teu lindo rego Seios fartos
 Depois desacato
 Chamo-te putinha
 Faço-te só minha Escravizo-te
 E vais embora pela manhã
Sem deixar
Nem telefone ou Hotmail








Ancestralmente hediondo

Ancestralmente  hediondo
Dito meu ser anacrônico em b a bás de trololós
Queria gostar de mascar chicletes
Amar você de supetão de forma não tão suspeita
Deixar de amargar a espera da hora exata
E saber qual a hora Enxuta


Abrir a boca pra dizer coisas batutas 
 ter paciência de escutar aquele disco ruim que me indicou


Indiciar aos maus costumes e aos belos simplesmente manter
Queria um mantra em forma de rock and roll


Queria você  inteira  rolando na grama do meu quintal
Queria ser um pouco mais normal
São tantas coisas que eu quero, mas neste momento apenas irei dormir com os anjos

pra lá

Sem prosopopéias, pirilampos e luzes da ribalta
Sem salsa nem  mambo
E adereços morais
Sem mais
Sem menos
No vai da valsa vianense não vou
Tu irás?
Captando os meus dissabores
Rumo
Rumino e bocejo
Açoitando meu desejo
Escancarando sabe?
Rio sozinho e crio calos
Crio neuras
Crio
Tem também bastante preguiça um hot dog de lingüiça e a procura por amor
Onde deixei
Meus chinelos

quarta-feira

cidade submersa

amo o rio de janeiro
de forma 
             incalculável
suspeitamente  incondicional
e meu povo urge de dor
é pedra que rola mansa colorindo a imensidão
vasta dor
comovo-me 
entristeço calmamente numa manhã com sol
e penso no poder da chuva 
eu que sou tão da natureza 
emputeçome questiono a existência de deus
continuamos lindos
apesar dos deslizes
eu me encho de alegria
pois como um negro apesar da dor
canto não me calo
e o luto passará

terça-feira

dor

Acabou de forma suspeita
O palito de dente faz favor
Um naco de carne e muita dor
Onde alivio essa tristeza?
Tento amansar, mas vocifero.
Não caibo dentro desta nula existência
Perambulo perdido por dentro de mim
Vou me achar?
Quem sabe assisto um filme soviético e tiro daí fartas elucubrações
Se não um abraço amigo e você que partiu há saudade
Meu ser exauriu tola compaixão
Quem sabe vendo um filme turco devaneio
Sábado florido
De sabor de morte
A sorte quem sabe bate a porta
Ou desbanca



assim...

de toda galhardia
restou a chuva
 beijo doce
  papo furado
cinquenta centavos e  uma fatia de pizza
troças e simpatias
me comovo
o mundo é um ovo e eu não sou colombo
nem ao menos nesse terreiro canto
dou um pinote e me mando
antes que da minha costela você me asse

poesia numa hora dessa?


Eu queria ser o maior O Maximo
 Prosaico parnasiano
 Muçulmano, xiita, harekrisna, budista, candoblecista, marxista, niilista
 E às vezes sou
 Pq pra mim tudo é música?
 E pq queria eu que toda musica
 viesse nua dentro de sua voz?
 Queria ser comparsa, patriota, déspota, amigo do peito amigo da onça, e muito mais... 
E às vezes sou mais
 Mas quando resolvo ser menos
 O desprezo não cabe O escárnio de existir exauri e eu só quero dormir
 Não gosto de dormir
 Não consigo dormir
 Bem o que eu faço? 


 Faltam-me seus braços


 que nunca me atrelaram
 Falta suas rugas que nunca senti 
Faltam dez reais pra meio entrada do cinema 
Hoje estou insastifeito
 Down em mim
 Apesar do domingo porreta De chuva melancólica e arte moderna
falta 
deus
faltamos nós
 As metas e os meios 
Meu tesão que escapuliu 
Sou pagão e daí? 
Quero amar-te ao som de um blues do cazuza Vem ser minha musa
 estilo mate leão 
Trate-me
 Sou apenas um homem de trinta canastrão
 Que queria um colo e beijo na boca
 Pairam dores da existência Incongruente sendo docemente feroz

 Queria te tarar maliciosamente 
Em riba de um fim de tarde de um holiday qualquer do ano vigente 

hava nagila ao som do pandeiro

sem emoções inerentes
um brigadeiro
como num lampejo
e era domingo de páscoa
podia ser um sedech de pessach
pois pra mim tanto fez
como tanto faz
sou do axé 
sou do shalom
de madureira ou do leblon
me "mixo"
insistentemente
por ai 
podia ser Varsóvia
 podia ser recife 
sou das bandas daqui
como sou das bandas de lá
hava nagila de pandeiro e ganzá

nem sempre

agente se esbarra
agente se amarra
há tanta gente e comoções

agente se encaixa 
relaxa 
beija abraça
de graça
agente surta
imagina?
come pão com margarina
se come  
se alivia
nem sempre todo dia


sábado

eu hein

me construo
cada pedaço
partido
a ferro e fogo
é fogo 
ferino
afoito
louco
um blues na vitrolinha
em você
boto fé 
boto
bote as mãos
nas cadeiras
e siga em
frente
ha ha ha 

lost in the paradaise

quando crer em mim?
quando?
até...
eu sigo com ritmo e
poesia
agonia e glória 
banho de mangueira no quintal
as vezes sendo maioral
bolo de cenoura
café com leite
deleite
ou só risos
e eu me sinto
nem me acho
um dia apenas
que estou vivo
com arrepios
e enlouquecidamente
penso em você
me perdi

sexta-feira

surto leminskiko as 4 da manhã

ela gosta muito de mim
e eu gosto muito dela
mas conviver é que são elas

questiono-me

e eu que  cai na vida tão novo
sumi do mapa com 18 anos incompletos
fui bancar o esperto
fazer coisas erradas 
e o que devia não vivi 
e agora que chega primavera
será que o coelho me regenera?

parapatibum

Alegria chula
Alergia nula
E numa boa fico
Queria dizer aleluia
Nem sei pra que serve
É final dos tempos
A vizinha escuta um funk pornô
Lembro Do meu avô
E é verão
Meus dentes nem tão brancos o susto e a preguiça
As horas passam o dia passa e o calor não

os amigos dos amigos

SÉQUITO