Nego
nego
nego
até a morte
sem coito ou solidão
neuroses duas ou três
não houve freio
arrepio
beijo
beijo
beijo
nego até a morte
comi um kibe contei um chiste dei calote com o dedo em riste
fumo
fumo
fumo
nego até a morte
as dívidas o lero lero e o desamor
nego até morte
sobrou na mesa algumas lágrimas e ingratidão
negaceio em exaustão minha tola existência vil
dancei em profusão medonha e melancólica
não nego
jogos vertiginosos de um sábado sem sol
urge todo sabor do que se foi
ululo sem força toda nossa tolice
super-humano ( talvez seja preferivel ser samambaia)
beijo-te mas não quero
sofro mas não corro
corrôo mas não quero
juro
negarei até a morte
toda sorte que perdi
logo ali num bairro vizinho meus pensamentos pairam
rumbo sem rumo num sábado de tarde
sem camisa listrada ou alarde
perco de vista pra entrar na sua história
os lero lero e os botões de vime
vaga-lume no lusco fusco me detive
sigo sendo detetive de mim pra encontrar as pistas de quem sou
nunca mais se perder de mim
e a noite pistom na gafieira
sei lá
eu nunca sei como termino os meus poemas