sábado

bons bocados

No sebo comprei um disco
Concretei sua neurose
Blues
antes passei ao largo
não sorri
vasto emputeci-me
era tudo tão sábado
aos bocados
sinto
 quase 
 nada
  navego
              sem 
                              vergonha
         
lero-lero abissal
prossigo abismado
tudo que quero ainda são
teus peitos desnudos
um
dois
todas as 24 horas 
não me bastam


quarta-feira

aos meninos marginais

Cinema marginal é vitamina
cinema de invenção não é só naftalina
epopeia apóscaliptíca  do hoje
semente bruta que brota em novas mentes
diegese demográfica do anti
no almoço guaraná e o sorriso do guará personifica macunaima 
é só o inicio
pra não ser boçal
pra ser total
pra reinventar o caos
soda cáustica na mansidão atroz
caco de vidro olho no olho sem blablablá
minha cara na tua
minha tara na tua
mulheres nuas sem pretensão
fugaz sem olor o amor surge de cinco em cinco minutos pra depois
no cardápio bang-bang do barulho na fantasmagórica copa city que hoje antes já foi e ainda é
é kitch pós moderno selvagem, de suor e lágrimas bye bye brasil já foi eu quero meu jabá, 
de média classe monstruosa, que baba aos borbotoes nas sessões das tarde
trip do ego brazilis
semsimila faz favor 
cuidado madame porque nós matamos mordemos e vamos sambar no cinema
é tudo verdade
perspicacia é sobre nome
sobre-mesa dilacerada gelatina é uma piada
aranhas são uma parada no resfólego da sanfona até o sol raiar
diz pra ela que talvez eu volte amanhã
vai ser bacana
em Copacabana o melodrama e terceiro mundano
ao cair do pano mostra a face
é  rubro  do sol e da cachaça que funde a cuca no meio da vida 
 bomba das selva
 selvagens  do cinema-scope
metralhadora de fotogramas em punho 
faz do lirico delírio
transformando  o que se é
sabonete em jacaré
lá pelas bandas da boca lixo
se enguiça rateia e tá aí 
eu gosto e ponto final pra que ter fim se já não se tem 
tamos ai de gravata borboleta vendendo a janta pra filmar respirando sétima arte e pelos poros  o cheiro é de nitrato 
é um barato 

Errare humanum est

Meio tudo quase nada

Meia noite dilacero

Em desespero


Socorro e bocejo
Aos sabores de um beijo

Me perdi
Enevoou


Decapitei
Quem serei eu
Totalmente ambíguo em busca de abrigo quando quero
Corro
Árduas manhas matutinas
Só lembro do cheiro do nome não
Não sei da hora e que dia hoje
Imaginava como seria

Perdi por teimosia
Não credito desacredito perco de vista
Descalço as neuras na madruga funesta

Na festa danço

Seu sorriso que me engole me repatria

Sou são na folia

Seu não


E podia?



quixotesco

quixotesco
chicoteio-me
 duas da tarde
sem mel
melo-me de  lembranças póstumas
risos não
sinal vermelho
roberto Carlos canta na esquina da rio branco
tudo vazio
é sábado
pelo amor de deus de um deus que não existe resisto
confuso troto tropego sou um cavalo de mim mesmo
peido e peço
varejo e lágrimas
isqueiro falha
eu me talho
retalho a todos
meu sembalhante não ilumina
pelas esquinas corro ferino
só o samba salvará todas as almas enlameadas que zapeam sem cessar
não nasci suburbano
não me chamo caetano
não tenho respostas precisas

domingo

farsa afoita


Sou a maior farsa de mim mesmo
ao som da flauta
cabulo
toadas anti líricas  
solfejo
atônito permaneço 
sem sol
não haverá mais pudores dentro de ti
enquanto não me aguento
o som estará bem alto pra aniquilar todos meus desejos
onde andará River Rosa e suas barras de chocolate
é tarde mesmo sendo tão cedo 
não nego meus desejos
uns
mais
que outros
vamos
em rumo
de? 
há fumaça
sinais encardidos
não a vejo mais pelas esquinas
babo bobo pela sua bunda bojuda
finjo-me eternecido
fujo
permaneço querido
sou um boi que pasta pastoso e passa por uma vida  ávida e vil
quantos palavrões consiguirei falar sem respirar em pouco tempo?
Sou mais um americano do sul
doido por sons
bailo
já é tarde
mesmo sendo cedo
jamais sederei
peça-me uma pepsi sem gelo 
 beije-me boca
sedo mesmo sendo tarde
desejos nada castos
não me castro
permaneço afoito
no delírio de sons loucos 
permaneço mouco
não vejo
no final do filme chego
beije-me a boca
peça coca-cola
não quero esmola
tudo é tão irrisório 
triste e compulsivo
permaneço sozinho
e sei lá mais o que
o bom do blog é que edito as poesias
no papel o escrito já é
sem liquid paper
permaneço aqui

mande-se

super outro
mandou-se pra Bahia
inutilmente
nunca foi 
pateta
sigo indo pelas ladeiras
escorrego
dê um chance a paz meu amor

sábado

arranco



Vida de vidro
se quebrou
 encanto não aconteceu
impune
me pego pensando nas mortes de guapos e guapas
sem sede bebo água
impune
loiras ou  morenas não trarão toda calma que preciso
dub, rock, lira, foxtrote.
não trarão toda calma que preciso
permaneço vazio.
vadio?
Impune...
neuroses vis atenuam fortemente meus pensamentos
oco
ainda bate um coração
tumtumtum não é somente samba
pairo nas avenidas
sem sol
passos largos e  lentos
ora ora ora
sem oração
sem sorte
impune
permaneço calmo  ( será?)
declararei independência um dia ( quem sabe) [ domingo talvez...
são oitos horas permaneço no cio
as moças que viriam tentar trazer minha calma impunemente se estilhaçaram
era a nova era ,
15 pra dez [ nem tão preciso]
bebo água sem sede não penso nem atenuo
fortes emoções de um dia vazio
vadio?
Impunemente declaro guerra
tirando sarro de mim
sobrevivo
é tudo mentira ou quase
impune fico manso
os olhos mau abriram
funesto não me movo
quem sabe um filme indiano pra trazer sentimentos monumentais para meu coração impuro
tumtumtum não é somente samba
pão com geleia
fraquejei na framboesa
é o doce que me sobra
sendo não sedo
bebo água mesmo que sem sede
impunemente
não ajo
é tudo mentira ou quase









deluxe

Nego
nego
nego
até a morte
sem coito ou solidão
neuroses duas ou três
não houve freio
arrepio
beijo
beijo
beijo
nego até a morte
comi um kibe contei um chiste dei calote com o dedo em riste
fumo
fumo
fumo
nego até a morte
as dívidas o lero lero e o desamor
nego até morte
sobrou na mesa algumas lágrimas e ingratidão
negaceio em exaustão minha tola existência vil
dancei em profusão medonha e melancólica
não nego
jogos vertiginosos de um sábado sem sol
urge todo sabor do que se foi
ululo sem força toda nossa tolice
super-humano ( talvez seja preferivel ser samambaia)
beijo-te mas não quero
sofro mas não corro
corrôo mas não quero
juro
negarei até a morte
toda sorte que perdi
logo ali num bairro vizinho meus pensamentos pairam
rumbo sem rumo num sábado de tarde
sem camisa listrada ou alarde
perco de vista pra entrar na sua história
os lero lero e os botões de vime
vaga-lume no lusco fusco me detive
sigo sendo detetive de mim pra encontrar as pistas de quem sou
nunca mais se perder de mim
e a noite pistom na gafieira
sei lá
eu nunca sei como termino os meus poemas


lero lero de manha

com sono
sem dinheiro
algumas lembranças
as cabras da minha vó ensoparam-se 
já fumei 5 cigarros de filtro amarelo
tudo é mistério 
de leite é a via
avilto  sentimentos bons 
sou cigano da paraíba carioca
tupi, tamoio não sou joio nem trigo
trago à  tona,  novos sentimentos bobos
as emoções da bola surgem de novo
daquele gol também se lembra?
alumbramento e espanto
nem tão parnasiano nem tão espartano
esperto talvez
seja
sigo ágil
nos primeiros dia de julho
ainda não há ninguém pra me esquentar
mas a certeza de que o paraíso é aqui
dentro 
eu me esquento pra não esquentar
valso sujo comigo sigo
espero
nunca mais abrir mão de mim

os amigos dos amigos

SÉQUITO