quarta-feira

mas é claro...

Eu surto
Tu surtas
Nós surtamos
Vós surtais
E  eles dançam
e quem dita o ritmo?

inoportuno

Saudades de um momento que não vivi
E me entrego a uma dança que invento
Num momento que desconheço
Desconecto-me
Permaneço atento
Caio em mim
Queria outras questões
Sou mero ser urbano
De um século que passou
Sou mais do mesmo numa manhã frugal

porra nenhuma de marré de si

Dia de chuva e dilemas
Não quero porra nenhuma
Mesmo
As minhas juras de nada servem
Como e converso
Sozinho
Não há passarinhos
Chove aos borbotões
Antes de ontem fez sol a pino
Ontem também
Hoje não quero fazer porra nenhuma
Talvez seja a chuva

sábado

pluft



tenho sede

um parafuso a menos
talvez dois
alguma ferida na alma
 um astigmatismo dos diabos
torço pelo flamengo
tem vezes que não me aguento
nem aos outros
queria fugir do mundo
pra um lugar manso
de marasmo varonil
por vezes me acho imbecil
mas hoje estou mais ou menos
 tomo coca cola e arroto absorto

e é

Na seqüência incoerente
Vôo sóbrio
Perco-me nos senões
Acho-me nos sermões
Nem faço cena
Esdrúxulo acanho-me com grosserias retintas
Porque tão ignóbil?
O corte o coito e tudo que não
São doze horas 44 minutos e o que faço?
Se tudo tremer derrepente e se eu der bandeira
Salvo a quem?
Os livros os discos ou a mim?
Parece tudo confuso
E é...

sexta-feira

amuado

Rio amuado
Com exatidão estupefata
Lira doida de uma manhã sagaz
Água cigarros e solidão
Construção
Tijolos da alma sem tostões nem patrão
Parlapatão de mim 
bufo apenas
Prato feito caprichado
Flores amarelas um poema de um poeta morto há séculos
Hipótese e utopias
Há anos não vou ao zoológico


qualquer bobagê



queria eu

que nunca fui
bom moço
um dia
tentar
enquanto esse dia não chega
me achego
te abraço e passo a mão onde devo 
de leve
 o resto é melhor deixar pra lá
há eu ando tão safado...


os amigos dos amigos

SÉQUITO