Pra passar o tempo escrevo
Porcas linhas
sem renda
ou
exatidão
Minha cabeça oca grita e ecoa
Açoites involuntários num inconsciente inconstante
tudo é memória
Vasta, estupefata, ingrata
Às vezes marlon brando habita meus sonhos
Misérias estéreis de momentos planos
Navego aporto escarro
De dentro do carro a loira dos meus sonhos saltita
Vem te dou casa e comida
Não lhe interessa?
Creio no seu freio e abraço
Doce feitiço vespertino despertou este menino
Numa vã quimera
Já era
se foi
Vôo sólido sem culpa e artimanha
Perdi o rumo era pra escrever pro tempo passar
Loira sacripanta levou o meu olhar
O banco fechou o tempo fechou o sorriso abriu e o sinal também
Foi-se a loira sem demora
meu pensamento ficou
só findou depois da aurora